segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

Poemas de amor



Poemas de amor



Os mais belos poemas de amor são aqueles cuja inspiração derivam da solidão.

Quisera eu poder compôr poemas tão intensos quanto a dor de amar e não ser amada.

Como dói o silêncio, a ausência e o desprezo do ser amado...

Talvez seja essa a minha sina: morrer de tanto amar.

Amores - doces ilusões do meu coração.

São como balões de gaz .
Esvaziam lentamente até restar apenas a borracha sem forma; sem beleza; sem emoção.


Danielli V. Cabral

Dezembro de 2008

quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

Pausa para uma reminiscência

Momento

Encontro -me absorta em devaneios...sonhos.
Viajo em um futuro imaginário, esperançoso.
Sonho com alguém que não me conhece -
pelo menos não da forma como deveria.
Vejo os dias, as horas e a semana a passarem lentamente.
A ansiedade corrói o meu coração.
Alguns acontecimentos tentam me desviar desse pensamento.
Espero ansiosamente por um telefonema que não vem.
Passo os dias a imaginar o porquê do silêncio.
Traço possibilidades - questiono as atitudes;
Revejo frases soltas - palavras ao ar.
mas nada...nada ...nada justifica a ausência de sua voz.

11/12/2008
Danielli Viana Cabral

Poemas de Cecília Meireles

Serenata

"Permita que eu feche os meus olhos,
pois é muito longe e tão tarde!
Pensei que era apenas demora,
e cantando pus-me a esperar-te.
Permita que agora emudeça:
que me conforme em ser sozinha.
Há uma doce luz no silêncio,e a dor é de origem divina.
Permita que eu volte o meu rosto para um céu maior que este mundo,
e aprenda a ser dócil no sonho como as estrelas no seu rumo"

Cecília Meireles

Poemas - Momento de Reflexão

Despedida
Por mim, e por vós, e por mais aquilo
que está onde as outras coisas nunca estão,
deixo o mar bravo e o céu tranqüilo:
quero solidão.
Meu caminho é sem marcos nem paisagens.
E como o conheces? - me perguntarão.
- Por não ter palavras, por não ter imagens.
Nenhum inimigo e nenhum irmão.
Que procuras? Tudo.
Que desejas? - Nada.
Viajo sozinha com o meu coração.
Não ando perdida, mas desencontrada.
Levo o meu rumo na minha mão.
A memória voou da minha fronte.
Voou meu amor, minha imaginação...
Talvez eu morra antes do horizonte.
Memória, amor e o resto onde estarão?
Deixo aqui meu corpo, entre o sol e a terra.
(Beijo-te, corpo meu, todo desilusão!
Estandarte triste de uma estranha guerra...)
Quero solidão.

sexta-feira, 28 de novembro de 2008

Uma linda mensagem



http://br.youtube.com/watch?v=3oB2rMaY0ho

Algumas canções que me inspiram....

Olhos fechados

Pra te encontrar

Não estou ao seu lado

Mas posso sonhar

Aonde quer que eu vá

Levo você no olhar

Aonde quer que eu vá

Aonde quer que eu vá...

Não sei bem certo

Se é só ilusão

Se é você já perto

Se é intuição

E aonde quer que eu vá

Levo você no olhar

Aonde quer que eu vá

Aonde quer que eu vá...

(Paralamas do Sucesso)



Tem Que Ser Você
Victor e Leo



Um dia seus pés vão me levar

Onde as minhas mãos não podem chegar

Me leva onde você for

Estarei muito só sem o seu amor

Agora é a hora de dizer

Que hoje eu te amo

Não vou negar

Que outra pessoa não servirá

Tem que ser você

Sem por que, sem pra que

Tem que ser você

Sem ser necessário entender

Meu segredo ...(nem tão secreto assim)

Quero ver quem consegue traduzir; resumir em uma palavra a sensação.O segredo de um coração...
Sentimentos ocultos...
Folhas de papel...
Palavras guardadas no coração.
Canções e aromas
bolhas de sabão.
(Espera)
Filtro Solar.
Calor intenso.
Pulsação, insônia febril.
(Ansiedade)
Imagens, Fotografias e melodias;
lembranças de uma voz.
(Sonho)
Borboletas no jardim;
Cheiro de terra molhada;
Bem-te-vi cantando...
(Esperança)
Danielli. V. Cabral
28/11/2008

terça-feira, 4 de novembro de 2008

Pedaço de mim




Pedaço de mim;
onde estás?

Metade mim;
por onde andas?

Alma minha,
minha vida...
onde se esconde?

Dias, semanas, meses, anos a te procurar...
em que direção está?

Onde ouvir o seu canto, suas palavras?

Confudi mil vezes o seu perfume.
Senti mil abraços diferentes.
Não eras tu...

Preciso de ti alma minha.
Parte da minha vida está em ti.

Devaneios...
Sonhos...
Desejos...

Ansiedade de ti.


Danielli V. Cabral

segunda-feira, 3 de novembro de 2008

A última tragédia - Resumo Comentado

O resumo abaixo foi realizado a partir da leitura do livro: A última Tragédia do escritor guineense Abdulai Sila. Esse material é base para a análise da obra a qual escolhi como tema do meu trabalho de conclusão de curso de pós-graduação em Vertentes da Língua Portuguesa e Literatura.
A última Tragédia
Abdulai Sila

A ação se desenrola em torno da personagem Ndani, uma adolescente nativa que sai de seu povoado (Biombo) para a Capital (Bissau) em busca de trabalho e libertação de seu estigma, que segundo um Djambaku (feiticeiro/ curandeiro), era “portadora de um mau espírito, da alma de um defunto mau, e lhe vaticinara conseqüentemente uma existência turbulenta, uma vida de desgraça, de tragédias até o fim...” (pág 27).
Inicialmente ingênua, curiosa e submissa, Ndani é uma das personagens mais marcantes deste romance. Uma jovem africana, aculturada, alfabetizada, batizada, catequizada e violentada pelo colonizador português.
Ndani, após horas de fome e sede à procura de trabalho, emprega-se como serviçal na casa de Maria Deolinda (Dona Linda), uma senhora de 50 anos, mãe de duas crianças (Mariazinha e João, que estudavam em Portugal) e esposa do Senhor Leitão. Lá, Ndani é, a princípio, agredida e submissa às ordens da patroa: “... Ainda esquecera a bofetada que lhe dera um dia quando o gato comeu uma posta de peixe... Às vezes chamava nomes feios, palavras que ela não entendia...” (pág 32) “... Nos primeiros tempos, quando a patroa lhe controlava a comida, dando-lhe somente o que sobejava da mesa deles... porque ela era criado...” (pág 38).
Com o passar do tempo, a patroa, que se sente sozinha, pois os filhos foram morar na metrópole (Portugal) e o marido não lhe dava a atenção desejada, se afeiçoa com a criada e passa a tratá-la como uma dama de companhia: “... Ela tinha que perguntar o porquê a alguém que conhecesse bem os brancos. Como é que se podia entender que uma pessoa que sempre foi malvada, que insultava criado toda hora, às vezes até dava porrada, pode de repente mudar tanto até chegar a ponto de convidar o criado para a mesa e tomar chá com ele?” (pág 37).
Dona Linda, após batizar Ndani de Daniela, resolve também catequizá-la e educá-la: “Sabes, Daniela, estive ontem a conversar sobre o assunto com o meu marido; tens que começar a ir à igreja comigo”.(pág39); “... colocou-lhe o fio à volta do pescoço. Ajeitou o crucifixo. Manteve-se de pé junto a Ndani, alías Daniela, e mandou-a levantar-se...” (pág 41).
A personagem de Dona Linda transforma-se ao longo do romance, de uma mulher submissa ao marido e que mal sabia escrever o próprio nome, torna-se uma catequizadora, educadora e patriótica, líder de um movimento de libertação das almas dos africanos.
“No outro dia, uma amiga tinha notado:” Você está um bocado magra, Dona Maria Deolinda. Está a fazer dieta, é?”. Ela tinha respondido com um sorriso somente. Mas se fosse noutros tempos, aquilo era suficiente para provocar um dia inteiro de conversa sobre magreza e obesidade, elegância e corpulência, proteínas e vitaminas, culinária e gastronomia... Se estivessem bem dispostas, a conversa poderia arrastar-se até chegar a actrizes de cinema, manequins ou hospedeiras de avião que, pelo que tinha ouvido dizer um dia, coitadinhas, todas elas tinham que estar sempre a fazer dieta para não perder o trabalho. Mas parece que Dona Linda não tinha mais tempo e interesse por esse tipo de conversa. Agora só havia um tema que contava: a igreja, a religião, a salvação das almas dos africanos” (pág. 66).
Por se envolver tanto com as questões cristãs e educativas em sua cidade, o que ela julga ser uma missão histórica e sagrada, Dona Linda é recebida pelo Governador da Província, que lhe assegura a promoção de seu marido, enquanto este, aproveitando-se da distração da mulher, violenta Ndani, retomando seus antigos hábitos:
“... regressou à casa antes da hora habitual e ouviu gemidos no quarto da criada. Não foi necessário entrar no quarto, soube logo que tinha acontecido. O que não soube foi o que dizer ao marido, que naquele preciso momento abandonava o quarto da criada com o rosto a sangrar de arranhões, a camisa aberta, as calças desabotoadas, os pés descalços...”

No capítulo III – O poder do Pensamento. Dá-se início a apresentação do Régulo de Quinhamel, Bsum Nanki, chefe da aldeia, que dirigia com sabedoria sua gente, apesar de ser analfabeto. Único até então na região daquele povoado, a arrumar três conselheiros (homens grandes). Criticado até mesmo pelos seus parentes, que acreditavam que isso era coisa de branco (parlamento) e que homem negro “não dava pra essas coisas” (pág.68). O Régulo acreditava que era preciso ter conselheiros para ajudar a pensar.
Acreditava que o atual Chefe do Posto (branco) era diferente dos anteriores; muito sério, de poucas palavras. Tentou agradá-lo de início, oferecendo porco e bode, mas percebeu que ele era mal educado, pois, mesmo depois de tantos presentes ele lhe foi cobrar os impostos atrasados. O que o Chefe não sabia era que a tradição dizia que Régulo não pagava impostos.
“Está escrito nalguma lei que régulos não são obrigados a pagar os impostos? Tens documentos de isenção?” (pág. 71).
O Régulo ficou com aquilo na cabeça e depois de saber que tudo não passara de brincadeira, que era gozação do Chefe branco, ficou furioso e quis se vingar da humilhação. Pensou em matar o branco, mas lembrou-se das conseqüências: os conselheiros não aprovariam, a polícia de Bissau chegaria, haveria investigação. Pensou em lançar feitiço, mas lembrou-se que o Chefe era branco e que feitiços não pegam em gente branca: “... Se o branco faz um remédio e um preto toma esse remédio, dá certo, tem o mesmo efeito tanto no corpo do branco como no corpo do preto. Agora quando o preto faz um mezinho para um branco aí não pega...” (pág. 78).
Decidiu construir uma casa grande como a do Chefe branco, para mostrar que também tinha recursos, que não era como os outros que pagavam impostos. Mas constatou um problema; quem cuidaria daquela casa? “Tinha cinco mulheres, mas nenhuma sabia aquele trabalho” (pág.87). “... se ele casasse uma mulher que entende dessas de casa de branco, o problema ficaria definitivamente resolvido!...” (pág. 88).
“... uma rapariga solteira, que nunca teve homem, que sabe ler e escrever, que viveu muitos anos com brancos, que entende muito bem de flores e jardins. Uma rapariga de olhar profundo, aspecto sereno. Impunha respeito, mas mesmo muito respeito...Era uma rapariga que iria ser a sua sexta mulher e tomaria conta daquela grande casa que estava a construir. Logo que a casa estivesse pronta e mobiliada, iria buscá-la e só então veria a sua vingança concretizada...” ( págs. 97 e 98)
Essa rapariga era Ndani, após tantos anos de trabalho na casa de Dona Linda, Daniela era outra pessoa: educada, alfabetizada, civilizada. Transformara-se assimilada pela cultura portuguesa
“ Aquela rapariga representava muito para ele. Muito mais do que alguém podia imaginar. Não era só a vingança, nem a mulher para cuidar da casa grande que estava construindo. Ela representava também o seu rejuvenescimento, novas energias de que precisava para a longa luta que ainda tinha pela frente. Aquele casamento era uma etapa importante no seu plano”. ( pág. 99)
Casou-se com Ndani e construiu uma escola para os nativos da região, causou inveja a todos, inclusive do Chefe branco. Graças a Dona Deolinda conseguiu arranjar um bom professor, só que ele era negro e, a princípio, todos desconfiaram de sua capacidade: “... O branco sabe mais, pode ensinar mais. Agora, o que é que um professor preto sabe?...” (pág. 103).
Na aldeia, todos queriam saber mais sobre o tal professor, as crianças - seus alunos - o questionavam todos os dias, mas ele sempre respondia: “depois; amanhã; mais tarde” Ele não queria falar sobre seu passado: “... custaria muito tempo e muitas palavras levar aqueles meninos a acreditarem que ele teve uma infância idêntica às deles, que o seu nome não era o que lhes disse no primeiro dia, que aquele nome lhe fora dado na altura em que entrou na Missão, onde fez o curso de professor...” Ele se entristecia e chorava toda vez que falava de eu passado e não queria fazer isso diante de seus alunos. Disse apenas que tinha 25 anos e que estudara com padres italianos.
Como era de costume - forma de socialização naquela aldeia - o professor foi visitar o Régulo e este o solicitou que escrevesse um testamento onde ele deixava conselhos, princípios e ensinamentos para toda família e outros que viessem a ocupar o seu posto. Como não sabia escrever, solicitou ao professor que escrevesse o que ia ditar: “...Régulo deve ser aquele que sabe pensar melhor, aquele que consegue ir até à essência das coisas. Régulo só pode ser quem tem as mãos limpas, sem rabo de palha...E depois ele tem que ter uma visão mais aberta. Quando há um problema, tem que ser capaz de distinguir a causa da conseqüência...” (pág. 115)
Não conseguiu completar o seu testamento. Após dois anos de casamento, o Régulo morreu: “...Ele morreu sem ter adoecido um único dia, o grande Régulo de Quinhamel. Teve uma morte lenta e calma, como o vento que soprava nessa manhã...” ( pág. 117) O povo comentava que desde que se casara com Ndani, portadora de tragédias, o Régulo havia mudado, não era mais o mesmo, vivia entristecido e a velhice se apoderara dele rapidamente.
Nos meses que se passaram após a chegada do professor e das visitas desses a casa de Ndani, ocorreu uma segunda transformação na vida da personagem: “... Diferente dos outros dias em que acordava, olhava à volta e via tudo incolor, tudo monótono, tudo sem vida. Pela primeira vez, ouviu o canto dos passarinhos no quintal, viu os raios do sol que penetravam alegremente no seu quarto e enchiam de brilho tudo quanto nele havia. Os objetos brilhavam aos seus olhos de uma forma estranha, cheios de vida e de cor. Sentia o movimento suave do ar que entrava pela janela semi-aberta, o aroma das flores do mangueiro no quintal, que chegavam até ela, despertando sensações desconhecidas. Levantou-se e olhou à volta. Um sorriso apareceu nos seus lábios. Ele viria à tarde...” (pág. 124). Apaixonada, ela esperava todos os dias pela vinda do professor e este também passava por uma transformação: “No início, era uma simples tentação. Tentação ou aventura? Não sabia explicar direito. Desde a primeira vez que a viu sentiu uma atracção forte, algo que o puxava para perto dela. Queria continuar a vê-la, só vê-la, mas ela escondeu-se...” (pág.129).
Antes de se entregarem um nos braços do outro, o professor tem um sonho em que Ndani gritava por socorro no fundo de um poço em que a água subia sem parar. Desesperado ele acorda e vai direto à casa grande - uma metáfora da verdadeira posição da personagem ao longo de sua história. Era o início do final feliz que Ndani sempre esperançava. O Professor, segundo Ndani foi o seu salvador. Após a 1º noite dos dois “... ela sentiu-se ressuscitar lentamente como um novo corpo e uma nova alma. Passou a mão pelas costas de seu redentor e segredou-lhe ao ouvido: _ Obrigada. Salvaste-me...” (pág. 133). O amor aqui é visto por Ndani como uma forma de libertação; libertação dos medos, traumas e receios pelo qual passara. Ambos apaixonados deixaram-se de se importar como aquele amor proibido era visto pela sociedade de Quinhamel. Dessa paixão nasceu um filho, que só reforçou em Ndani a esperança da tão sonhada felicidade. Seu filho se chamava Obem e era o nome do falecido pai do Professor - homem que havia sido agredido pelo Administrador Cabrita.
O Régulo, antes de morrer, já sabia da relação entre os dois e até chegara a dizer ao Professor que aproveitasse. Após a sua morte, mudaram de cidade. Já tinham 2 filhos e decidiram ir para Catió, onde poderiam viver a sua vida sem que ninguém os conhecessem e os julgassem. Lá, o Professor voltou a lecionar e a participar dos jogos de futebol que eram tradição em Catió.
Em um jogo de comemoração a chegada do novo Administrador, o Professor assustou-se quando percebeu que este seria o mesmo administrador que agredira seu pai. Quis desistir, mas não conseguiu. Durante o 2º tempo, o filho do próprio administrador entrou no jogo, no time adversário, e julgando-se injustiçado partiu pra cima o Professor, que o fez tropeçar várias vezes até machucá-lo: “... Ao receber a bola de um companheiro, ofereceu-a propositalmente ao rapaz, que logo levantou o pé para pontapeá-lo com força para frente. Deu-lhe uma staka tão bem dada que caiu de imediato e começou a gritar que os cachorros dos pretos lhe tinham partido o pé”.(pág. 159) Nesse momento o Administrador foi em direção ao Professor e o bofeteou.
O professor em uma mistura de fúria e desejo de vingança respondeu a agressão:
“...Na sua memória surgiu como um relâmpago uma cena idêntica, passada há muitos anos atrás na sua tabanca natal. Um comerciante branco tinha acabado de esbofetear o seu pai. Viu a mão branca a aproximar-se outra vez do seu rosto. Sentiu algo crescer dentro de si. Não sabia se era uma onda de fúria ou um desejo de vingança. Reagiu com rapidez. Desviou todo o tronco para trás e viu a mão passar perto do seu nariz, assobiando. No instante seguinte era o seu punho a embater nas bochechas do branco...” (pág. 159)
Todos ficaram surpresos coma reação do Professor e aguardavam os resultados dessa adversidade. Esperavam que o professor você preso, torturado e até morto pelos cipaios. Porém, uma semana depois o Administrador foi encontrado morto no banheiro de sua casa, vítima de uma hemorragia interna, segundo o médico legista que examinara.
Mas, como todos esperavam pela vingança do Administrador, o investigador de polícia decidiu incriminá-lo pela morte e combinou com o guarda e a cozinheira da casa que dissessem ao juiz que o Professor estivera na fazenda no dia da morte. Eis que surge o primeiro branco na história a defender os pretos, o médico legista, indignado com a situação levanta-se no tribunal e conta a verdade a todos: “Meritíssimo juiz... este homem aqui sentado, este homem que está sendo acusado, não assassinou, não matou o senhor Cabrita!...” (pág. 174) Outra prova de sua intolerância para a atual situação dos pretos durante toda a história, foi a sua atitude com Ndani, ao ajudá-la a ver, por cinco minutos, o Professor antes de partir para São Tomé e Príncipe para onde seria deportado: “...Foi o próprio Doutor que levou para a prisão onde se encontrava toda a gente que ia ser deportada. Deu-lhe um documento, que afirmou seu autorização, que devia mostrar aos polícias. Disse-lhe que os presos iriam partir no dia seguinte. Despediu-se e desejou-lhe coragem. Ele ia partir naquele mesmo dia para a Metrópole. No fim, apertou-lhe a mão e disse, com um rosto muito sério, que um dia aquelas coisas iriam acabar...” ( pág. 178). “ ...Não chore, por favor...Imagino como deve estar a sentir-se neste momento, quanto deve estar sofrendo...Mas é preciso que tenha coragem. Essas coisa têm que acabar...Têm que acabar um dia...”( pág.179)
O encontro do jovem casal foi emocionante, por apenas cinco minutos, sem trocar uma única palavra, abraçados, ignoravam as grades de ferro que os separavam. Ndani nunca mais viu o Professor, a sua esperança acabava ali. A sua última tragédia seria a perda de seu amor, de sua única felicidade. Enlouqueceu. Ia todos os anos ao cais para tentar ver o rosto de seu homem até que um dia, sem perceber atirou-se ao mar e morreu.

Danielli Viana Cabral

quinta-feira, 30 de outubro de 2008

Era uma vez...

Era uma vez um sorriso;
estampado no rosto de uma criança.

Os dias de sol acabaram e
a desesperança preencheu seu coração.

De seus olhos vertiam lágrimas
da saudade que apertava seu peito.

Carícias, beijos e afagos.
A comida pronta na mesa.
A cama sempre arrumada.
A roupa sempre limpa...

A ausência doi-lhe a alma;
e o medo da solidão o atormentava.

Com o passar do tempo,
a idade foi-lhe pesando
e a criança cresceu.
Tornara-se um homem.

A tristeza já se esvaíra.
Ficara na lembrança a imagem daquele rosto.

Aprendera com a vida a dar valor as palavras
e nunca mais esqueceu-se de dizer a quem quer que fosse:
' Eu te amo"; " Você é especial para mim".


Danielli V. Cabral

quinta-feira, 16 de outubro de 2008

A casa



Foto e artesanato de Danielli.V. Cabral


A casa

Tenho me esquecido da casa;
da casa dos meus sonhos.
Não da casa paterna ou da casa onde moro,
mas da minha futura morada.
A casa onde meu corpo deseja um dia repousar.

A casa...
A grande pequena casa dos meus segredos...
A casa não física, não situada.
A casa cuja construção tem como alicerce um outro ser.
A casa onde meu coração, cansado, encontrará o merecido descanso.

Tenho me esquecido da casa;
Tenho me esquecido de sonhá-la.
Tenho deixado de lado sua procura.

Os meus dias de quarenta e oito horas me impedem de pensá-la;
de arquitetá-la, de planejá-la.
Deixei de lado a minha costumeira busca.

Procurar o ideal em um mundo pós-moderno;
É como procurar um rosto em meio à multidão.

Tenho vivido dias cinzas e frios de inverno.
Tenho vivido o marasmo do esquecimento.
Tenho vivido os dias sem inspiração.

Preciso voltar á árdua, mas feliz tarefa da procura.
Preciso voltar à casa dos meus sonhos.
Preciso buscar o meu porto-seguro.


Danielli V. Cabral (setembro de 2008)


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segunda-feira, 13 de outubro de 2008

O Morador do 401


Capítulo XIII - A primavera


Com o início da primavera as pessoas, assim como as flores, tendem a desabrocharem. Envolvidas pelo perfume da estação mostram suas frontes e seus corpos.
O morador do 401 , contagiado pela alegria da nova estação, resolve sair de sua casa em busca de diversão. Percebe que os dias frios ficaram para trás, e inspirado pelos raios solares canta a felicidade dos dias bonitos da primavera.
Nem sempre a canção o faz alegre. Às vezes a melodia o faz meditar e ele mergulha em reflexões. Planeja o futuro sem muitas esperanças, pois sabe que é preciso viver o presente. Teme novas visitas, mas deseja ardentemente ser encontrado.
É paradoxal quando se trata de sentimentos, pois já viveu diversas desventuras e isso infelizmente o tornou retraído. Mas a primavera chega e trás consigo sempre uma nova esperança...
Enquanto passeia pela Vila eis que avista o último visitante , compenetrado em resolver seus problemas. O morador do 401 estuda-o detalhadamente. Escuta sorrateiramente seus argumentos e analisa cada passo dado. É difícil confiar em suas palavras, pois sua aparência juvenil o condena a frivolidade.
Depois de conhecer uma certeza que temia saber e que buscou esquecer, o morador do 401 teme os afetos de estranhos visitantes. Todos passam pela sua análise apurada. Dificilmente abre as portas de sua morada para alguém que não tem a certeza de conhecer. Talvez isso o torne sozinho, mas é a única forma que encontrou de se proteger das desventuras da vida.
Continua seu passeio pelos campos. Pára em certo trecho do caminho para refrescar-se a beira do lago e vê seu reflexo nas águas . Observa atentamente sua face e vê que não é feliz. Pergunta-se onde deixou-se, em qual estação da vida perdeu sua alegria de viver? Senta-se na beira do lago e passa a refletir o significado daquela imagem tortuosa...A primavera lhe trouxe talvez um momento decisivo.



domingo, 12 de outubro de 2008

É primavera...

Foto: Danielli V. Cabral
Jardim da escola: Maria Trujilo Torloni
Professor responsável: JJ




















A Primavera


A primavera chegará, mesmo que ninguém mais saiba seu nome,
nem acredite no calendário, nem possua jardim para recebê-la.
A inclinação do sol vai marcando outras sombras; e os habitantes da mata, essas criaturas naturais que ainda circulam pelo ar e pelo chão, começam a preparar sua vida para a primavera que chega.


Finos clarins que não ouvimos devem soar por dentro da terra, nesse mundo confidencial das raízes, e arautos sutis acordarão as cores e os perfumes e a alegria de nascer, no espírito das flores.
Há bosques de rododendros que eram verdes e já estão todos cor-de-rosa, como os palácios de Jeipur. Vozes novas de passarinhos começam a ensaiar as árias tradicionais de sua nação. Pequenas borboletas brancas e amarelas apressam-se pelos ares, — e certamente conversam: mas tão baixinho que não se entende.

Oh! Primaveras distantes, depois do branco e deserto inverno, quando as amendoeiras inauguram suas flores, alegremente, e todos os olhos procuram pelo céu o primeiro raio de sol.Esta é uma primavera diferente, com as matas intactas, as árvores cobertas de folhas, e só os poetas, entre os humanos, sabem que uma Deusa chega, coroada de flores, com vestidos bordados de flores, com os braços carregados de flores, e vem dançar neste mundo cálido, de incessante luz.

Mas é certo que a primavera chega. É certo que a vida não se esquece, e a terra maternalmente se enfeita para as festas da sua perpetuação.Algum dia, talvez, nada mais vai ser assim. Algum dia, talvez, os homens terão a primavera que desejarem, no momento que quiserem, independentes deste ritmo, desta ordem, deste movimento do céu. E os pássaros serão outros, com outros cantos e outros hábitos, — e os ouvidos que por acaso os ouvirem não terão nada mais com tudo aquilo que, outrora se entendeu e amou.Enquanto há primavera, esta primavera natural, prestemos atenção ao sussurro dos passarinhos novos, que dão beijinhos para o ar azul.

Escutemos estas vozes que andam nas árvores, caminhemos por estas estradas que ainda conservam seus sentimentos antigos: lentamente estão sendo tecidos os manacás roxos e brancos; e a eufórbia se vai tornando pulquérrima, em cada coroa vermelha que desdobra. Os casulos brancos das gardênias ainda estão sendo enrolados em redor do perfume. E flores agrestes acordam com suas roupas de chita multicor.Tudo isto para brilhar um instante, apenas, para ser lançado ao vento, — por fidelidade à obscura semente, ao que vem, na rotação da eternidade. Saudemos a primavera, dona da vida — e efêmera.



Cecília Meireles

quarta-feira, 8 de outubro de 2008

Professor

Ser professor não é ser dicionário, atlas geográfico, enciclopédia ou livro didático.


Ser professor não é ser paciente o tempo todo, não é ter saco grande pra aguentar desaforo de aluno mal educado.


Ser professor não é ser sapo pra engolir propostas curriculares impraticáveis e que nunca funcionam.


Ser professor não é ser psicólogo, médico, nutricionista, malabarista, padre, advogado, ator ou pai e mãe.


Ser professor não é ser nenhum Deus, que perdoa todos os pecados e nunca os comete.


Mas mesmo assim o professor é tudo isso.


Ser professor é ser humano. É errar como todo mundo erra.



Valorize o professor!

Infância


Parafraseando Casimiro de Abreu


Infância

Ai que saudades que tenho,

da aurora da minha vida.

na minha cidade querida

onde eu já não moro mais.

Dos passeios de bicicleta ;

das tardes de verão;

dos pique-niques no parquinho.

Jogos escolares e canções parafraseadas.


Da leitura descompromissada;

das paradas cívico-militares.


Que saudades da turma da escola;

dos mestres e funcionários.

Do colégio Gabriel Prestes
(Aquelas aranhas horrorosas nos telhados)


Do primeiro beijo;

o primeiro namorado

ingrato e desajeitado

que um dia me traiu.


dos amigos de crisma,

do grupo de jovens;

da ginástica e do clube;

e das nossas competições e apresentações musicais.


dos bolinhos de chuva nas tardes de inverno;

das rosquinhas de coco que minha mãe fazia;

do pastel da feira com guaraná.


São lembranças eternas que guardo em meu coração.

São reminiscências de uma época em que era feliz.




Danielli - Outubro de 2008











sábado, 4 de outubro de 2008

Smile

Foto: Danielli V. Cabral

Composição: Charles Chaplin/G.Parson/J. Turner - versão: BraguinhaSorri

Sorri
Quando a dor te torturar
E a saudade atormentar
Os teus dias tristonhos,
vazios.


Sorri
Quanto tudo terminar
Quando nada mais restar
Do teu sonho encantador


Sorri
Quando o sol perder a luz
E sentires uma cruz
Nos teus ombros cansados, doridos


Sorri
Vai mentindo a tua dor
E ao notar que tu sorris
Todo mundo irá supor
Que és feliz.

sexta-feira, 3 de outubro de 2008

Minha cidadezinha


Para minhas saudosas amizades...


Minha cidadezinha


No fundo do Vale do Paraíba
uma inesquecível cidade se edifica.

"Terra de condes e barões";
" Cidade das palmeiras imperiais"

Singela, graciosa e acolhedora,
de Guaypacaré foi inicialmente batizada;
mas logo seus ilustres moradores a chamaram de Hepacaré (das goiabeiras).
Terra das antigas plantações de café e dos engenhos de açucar.

Hoje Lorena - terra de Nossa Senhora da Piedade.

Sinto saudades da adolescência que por lá vivi;
Dos mestres e dos amigos que por lá deixei;
Da simplicidade das casas e das ruas;
Dos ipês floridos na primavera;
Dos passeios de bicicleta no final das tardes de verão;
e das maritacas da Praça Arnolfo de Azevedo.

Nunca me esquecerei da missa dominical na igreja de São Benedito;
dos encontros de crisma e do grupo de jovens Jovisa.

Cidade de ar puro - que desce da Serra da Mantiqueira;
de noites acaloradas com o céu repleto de estrelas.

Sábados de feira livre no mercado municipal da cidade.
As comemorações do15 de agosto e as paradas civico-militares do 7 de setembro.
As festinhas de aniversário e os trabalhos na casa das amigas.
As matinês de carnaval nos clubes da cidade.

Nunca me esquecerei do povo acolhedor e amigo da minha querida cidade.

Danielli. V. Cabral

O morador do 401

Capítulo XII - O sonho

Essa noite fez temporal no 401. O vento gélido entrava pela fresta da janela e trazia consigo lembranças do passado; ares de uma outra terra, distante do Vale das Lágrimas. O morador do 401, adoecido, quase não respirava. Adormeceu a muito custo após ingerir um antitérmico. Seu sono era pesado e ao mesmo tempo tumultuado. Imagens, sons e cheiros se misturavam em sua mente. Era difícil traduzir seus múltiplos significados. À medida que a noite se arrastava, arrastava também as imagens: rostos, passos, barulhos e odores a desfilar em sua memória fotográfica.

Um metrô, uma multidão, o barulho do trânsito, sangue pelas vidraças. Na companhia de um homem alto entrou em um vagão lotado. Seu nome, sua identidade: indefinido. Ao locomover do trem, ruídos estranhos, gritos, gemidos. De repente, feito bombas programadas, as pessoas explodem. Sangue por todo lado. Ninguém além do morador e do homem alto havia sobrevivido aquela estranha desventura. Ao sairem do vagão - uma estrada de terra batida. Perplexos pela imagem e pelo acontecido saem as tontas pela estrada. Após uma longa caminhada, o sol nas cabeças, as roupas sujas de sangue, sedendos, visualizam novamente o vagão do trem. Os vidros ainda ensanguetados, os pedaços de carne ainda espalhados pelo chão. Sem alternativas embarcam novamente no vagão. Vagarosamente ele volta a se locomover e aos poucos vai ganhando ; vai ganhando, vai ganhando ; vai ganhando velocidade... A mesma cena insana se repete. De volta a estação de trem.

Água e chicletes e novamente o embarque. Dessa vez o sangue havia sumido. Pessoas comuns, rostos comuns. Todos a conversar empolgadamente. O trem ia ganhando velocidade e o ruído ensurdecedor voltou a pertubar. Como num piscar de olhos a cena se repetiu. E de novo a mesma estrada de terra batida; a longa jornada de volta ao começo.
De um sobressalto o morador do 401 acorda. Os lábios secos e rachados pelo calor do corpo febril. Levanta-se vagarosamente e como que arrastando o corpo cansado e doído dirige-se a cozinha. Já é manhã de terça-feira e o labor o espera.

quinta-feira, 2 de outubro de 2008

Aos amigos pós-graduandos...




Foto: Danielli V. Cabral


"Não preciso me drogar para ser um gênio;

Não preciso ser um gênio para ser humano;

Mas preciso do seu sorriso para ser feliz".

Charles Chaplin





"Ei! Você... não vá embora.



Eu preciso dizer-lhe que... te adoro, simplesmente porque você existe.



"Te Desejo!...Te Desejo!...Te Desejo!...Te Desejo!



Beijos!...Beijos!...Beijos!...Beijos!...Beijos!...Beijos!"






quinta-feira, 18 de setembro de 2008

As tecnologias no dia-a-dia do ser humano







Imagem 3: A tecnologia na indústria cosmética
O que seria das mulheres sem a indústria cosmética? Batom, base,cremes, perfumes e etc.
Foto: Danielli. V. Cabral

Imagem 2: A tecnologia da Informação
Na era da globalização, a informação é como uma pedra preciosa a ser dilapidada. É preciso trabalhar como o ourives - tornando-a uma jóia.
Foto: Danielli. V. Cabral

Imagem 1: A tecnologia nos transportes públicos
Avanços Tecnológicos em favor da sociedade.
Foto: Danielli. V. Cabral

domingo, 7 de setembro de 2008

O ser humano e suas tecnologias

Imagem retirada do blog:maggieincognita.blogspot.com


Quando pensamos em tecnologias, pensamos automaticamente em computadores, câmeras fotográficas, i-pods, Mps5, pen-drives, dvds, tvs de tela plana e tantos outros equipamentos eletrônicos que a sociedade pós-moderna nos oferece. Mas tecnologia é um termo muito mais amplo e antigo.


Limitá-la aos equipamentos da atualidade é esquecer os milhares de equipamentos que o homem criou para sua praticidade.


Quem pensaria hoje que um simples e já defasado palito de fósforo seria um exemplo de tecnologia? Provavelmente a maioria dos jovens nem sequer cogitariam essa hipótese. Mas na idade da pedra lascada o homem daria tudo por um deles!


" Foi um alquimista de Hamburgo, Alemanha, chamado Henning Brandt, quem descobriu acidentalmente, em 1669, o elemento químico batizado de fósforo (do grego phos, luz, mais phoros, transportador), ao tentar obter ouro a partir de urina. A descoberta chegou ao conhecimento do físico inglês Robert Boyle (1627-1691), que criou, 11 anos mais tarde, uma folha de papel áspero com a presença de fósforo, acompanhada de uma varinha com enxofre (elemento que se incendeia com facilidade) em uma das pontas. O calor causado pela fricção do palito com a superfície áspera fazia o fósforo liberar faíscas, incendiando o enxofre. O invento, no entanto, ainda era uma curiosidade muito cara. Foi apenas um século depois, em 1826, que os palitos de fósforo, então com 8 centímetros de comprimento, começaram a se popularizar. O inconveniente era que eles costumavam incendiar-se sozinhos dentro da embalagem. Esse problema seria resolvido somente em 1855 com o surgimento do "fósforo de segurança", recoberto com um agente isolante para não pegar fogo à toa. No Brasil, o produto só passou a ser fabricado no início do século XX, pela Fiat Lux."
E os sapatos? Alguém já pensou andar o dia todo com os pés descalços?

"O homem das cavernas já protegia os pés amarrando um pedaço de pele de animal, mas o registro do primeiro calçado de que se tem notícia data de 2000 a 3000 AC no antigo Egito. Segundo a história, tratava-se de uma sandália, com uma base, que seria o solado, e uma alça presa dos lados passando sobre o peito do pé. Os primeiros sapatos surgiram na Mesopotâmia, feitos e usados por montanheses e o material usado era o couro cru. Já na Grécia, os atores de teatro usavam coturnos posteriormente copiados pelos romanos que passaram a usá-los no dia a dia. Aliás, foram os romanos que primeiro moldaram a parte superior frontal do calçado e fizeram formas diferentes para os pés direito e esquerdo, reinventadas pelos ingleses em 1818. Na Idade Média os tamancos eram o calçado de pessoas pobres e dos camponeses e os sapatos dos mais abastados tinham fivelas e cadarços. Quem inventou a medida para determinar o número do calçado e que é adotada até hoje foi Eduardo I, ao decretar que 1 polegada equivaleria a 3 grãos."

A tecnologia hoje está diretamente relacionada com a mídia e as formas de nos relacionarmos com o mundo. Tvs, telefones e computadores, além de todos acessórios eletrônicos. As pessoas estão conversando mais por telefone e e-mail do que por carta ou pessoalmente. É mais fácil acessar o jornal on line ou uma biblioteca virtual do que adquirir o exemplar impresso de um jornal ou livro. É mais econômico(temporalmente) e rápido acessar a conta bancária, comprar mercadorias e pagar contas via internet do que se locomover a uma agência bancária ou uma loja.

Estamos na era da globalização. Em menos de um minuto estamos conectados a qualquer lugar do globo. Bancos, lojas, empresas, escolas, universidades, agências de viagem, hospitais, igrejas, orgãos municipais, estaduais , federais, mundiais...

Navegamos no mundo da ciberexistência. E quem não ciberexiste hoje corre o risco de se tornar obsoleto, atrasado e antiquado.

Ter um e-mail hoje tornou-se item obrigatório nos currículos profissionais; tanto quanto ter um telefone celular. Na era da globalização, estar conectado ao mundo moderno significa mais do que estar " na moda", mas acima de tudo mostra sua disponibilidade e acessibilidade para a empresa que quer contratar.

A tecnologia tornou-se, de certa forma, uma extensão de nossas vidas; um mecanismo imprescindível para nosso sucesso enquanto profissionais e seres humanos. Não nos imaginamos mais sem geladeira, micro-ondas, televisão, automóveis e tantas outras tecnologias que nos proporcionam bem estar e conforto.

Estamos aos poucos nos tornando dependentes da tecnologia. Tecnologia na informação, tecnologia empresarial, tecnologia farmacêutica, tecnologia educacional, tecnologia midiática e etc.
Estamos vivendo uma verdadeira febre tecnológica. Até que ponto vai a mente humana?
Danielli Viana Cabral
Referências:

Irene não, Maria




Detesto imposição! Sou avessa a criações obrigatórias. A criação não deve ser manipulada, tendenciada. Ela deve ser espontânea, livre de qualquer grilhão. Limitar a criatividade é podar as asas da imaginação.

Danielli V. Cabral

Parafraseando Irene de Manuel Bandeira:
Foto: Danielli V. Cabral
Maria Raimunda

Irene não, Maria


Gosto de pensar que Irene é Maria.
Porque Maria é preta como Irene.
Gosto de pensar que há mais Marias que Irenes nesse mundo.
Maria do Socorro, Maria Aparecida, Maria Auxiliadora,
Maria Eugênia, Maria Alice, Maria Rita, Maria Madalena,
Maria da Glória, Maria das Dores, Maria das Graças.
Maria da Conceição, Maria dos Remédios...

São tantas Marias...
Muito mais que Irenes!

De tantas etnias, lugares e sobrenomes.
Branca, amarela, parda ou negra.
São tantas Marias...

A Irene de Manuel não é como a Maria da minha casa.
A dele precisa pedir licença pra entrar.
A minha, me dá beijo de bom dia todos os sábados,
e tem a chave da minha casa.

A Irene de Manuel não é como a minha Maria.
Minha Maria senta-se comigo para dizer como vão seus dias.
E dá risada das minhas piadas e caretas sem graça.

Minha Maria tem paciência de me ouvir falar dos alunos,
E me dá razão toda vez que reclamo da minha profissão.

A minha Maria é Raimunda.
Maria Raimunda.

Maria não é empregada, doméstica, diarista ou faxineira
Maria é a secretária do meu lar.


Danielli V. Cabral

sexta-feira, 5 de setembro de 2008

O morador do 401

Capítulo XI - A solidão

Setembro de 2008

Com a chegada da tempestade, o morador do 401 voltou a sonhar. A solidão física de um outrem deixa-o absorto em devaneios. O tempo corre lento e pesadamente. Os dias são longos e cheios de reflexões.

Dizem que depois da tempestade vem sempre a bonança, mas nem sempre isso acontece no 401. Algumas vezes é preferível a tempestade à calmaria posterior. Na tempestade nosso corpo produz a adrenalina , responsável pelos momentos de medo, ansiedade, estresse, paixão e excitação. Isso nos mantém acordados, preocupados com o que virá depois. Na mansidão dos dias claros nossa mente pode nos trair; e nos tornamos capazes de chorar por qualquer situação. A sensiblidade aflora, as lágrimas vertem.

Nem todos porém, possuem essa sensibilidade exagerada. Há aqueles que diante do silêncio são capazes de se machucarem. Suicidam-se aos poucos. Fazem do copo de vodka e do maço de cigarros seus companheiros nas horas de solidão.

O morador do 401 conhece muito bem as armadilhas que o silêncio lhe traz. É perito em descobrir alternativas para não adoecer. Sabe que as doenças do novo século estão a rondar a sua mente. Canaliza seu tempo a buscar saídas para a triste sina de seu fado.

A leitura lhe agrada. Gosta de viajar literalmente por mundos imaginários e sonhar a vida em um mundo não real, longe dos penosos pesadelos que o afligem diariamente. Procura ocupar sua mente arquitetando projetos que muitas vezes não realizará, mas que demandam tempo e planejamento.

Trabalho é seu sobrenome. Passa os dias elaborando novas formas de se aperfeiçoar. Nem sempre é valorizado por isso e muitos o invejam por tanta dedicação. Mal sabem eles que trabalhar para ele não é sempre prazeroso, apenas lhe ocupa o vazio das horas.
continuarei...

segunda-feira, 1 de setembro de 2008

Que sociedade é mais justa, aquela que valoriza as boas intenções e o esforço ou aquela que valoriza os resultados?

No primeiro ano de faculdade aprendi um truque que muito me auxiliou na hora de obter notas melhores.
Descobri que, numa prova na qual cai um tema que você não estudou, que o pegou de surpresa, sobre um assunto de que você não sabe absolutamente nada, o melhor é não entregá-la em branco, que seria a coisa mais lógica e correta a fazer.
Nessas horas, escreva sempre alguma coisa, preencha o papel com abobrinhas, pois, quanto maior o número de páginas, melhor.
Isso porque existem dois tipos de professor no Brasil:um deles é formado pelos que corrigem de acordo com o que é certo e errado. São geralmente professores de engenharia, produção, direito, matemática, recursos humanos e administração.
Escrever que dois mais dois podem ser três ou doze, dependendo "da interpretação lógica do seu contexto histórico desconstruído das forças inerentes", não comove esse tipo de professor. Ele dá nota dependendo do resultado, e fim de papo. Mas, para a minha alegria, e agora também para a sua, existe outro tipo de professor, mais humano e mais socialmente engajado, que dá nota segundo o critério de esforço despendido pelo aluno e não apenas pelo resultado. Se você escreveu dez páginas e disse coisas interessantes, mesmo que não pertinentes ao tema, ficou as duas horas da prova até o fim, mostrou esforço, ganhará uns pontinhos, digamos uma nota 3 ou até um 3,5. O que pode ser a sua salvação. Na próxima prova você só precisará tirar um 6,5 para compensar, e não uma impossível nota 10. Se você estudar um mínimo e usar esse truque, vai tirar um 5.
Uma vez formados, os alunos desse tipo de professor são muito fáceis de identificar. Seus textos são permeados de abobrinhas e mais abobrinhas, cheios de platitudes e chavões. Defendem que a renda deve ser distribuída pelo esforço, e não pelo resultado, e que toda criança que compete deve ganhar uma medalha. Defendem que todo professor de universidade deve ganhar o mesmo salário, independentemente da qualidade das aulas, e que a solução para a educação é mais e mais verbas do governo, sem nenhuma avaliação de desempenho.
Esses dois tipos de professor obviamente não se bicam. É a famosa briga da turma da filosofia contra a turma da engenharia. São as duas grandes visões políticas do mundo, é a diferença entre administração pública e privada. O que é mais justo, remunerar pelo esforço de cada um ou pelos resultados alcançados?
O que é mais correto, remunerar pela obediência e cumprimento de horário ou pelas realizações efetivas com que cada um contribuiu para a sociedade?
Como o Brasil ainda não resolveu essa questão, não podemos discutir o próximo passo, que são as injustiças da opção feita. É justo só remunerar pelo resultado? É justo remunerar somente pelo esforço? Podemos até escolher um meio-termo, mas qual será a ênfase que daremos na educação dos nossos filhos e na avaliação de nossos trabalhadores? Ao esforço ou ao resultado? Quem tentou ser útil à sociedade mas fracassou teria direito a uma "renda mínima"? É justo dar 3,5 àqueles cujo esforço foi justamente enganar seus professores e o "sistema"? Não seria justo dar-lhes um sonoro zero?
Precisamos optar por uma sociedade justa ou por uma sociedade eficiente, ou podemos ter ambas?
Como aluno, eu tive de me esforçar muito mais para as provas daqueles professores carrascos, que avaliavam resultados, do que para as provas dos professores mais bonzinhos. Quero agradecer publicamente aos professores "carrascos" pela postura ética que adotaram, apesar das nossas amargas críticas na época.
Agora entendo por que tantos de nossos cientistas e professores pertencem à Academia de Letras, por que somos o último país do mundo em termos de patentes, por que tantos brasileiros recebem sem contribuir absolutamente nada para a sociedade e por que nossos políticos falam e falam e não realizam nada.
Que sociedade é mais justa, aquela que valoriza as boas intenções e o esforço ou aquela que valoriza os resultados?


Stephen Kanitz

domingo, 31 de agosto de 2008

O sabor da vida

Foto: Danielli. V. Cabral
O sabor da Vida
A vida tem o sabor que você quer.
Basta fechar os olhos e imaginar.
Quantas vezes os dias são amargos;
fome, miséria e vilência.
Quantas vezes o amor os torna doce.
beijos, afagos e carícias.
É preciso nutrirmos nossos dias com o doce perfume das frutas.
É preciso saborear os dias de nossa existência.
Não deixemos que as gorduras saturem nossos corpos com medos, pânicos e desesperança.
Vamos viver um dia de cada vez!
Danielli
agosto/2008

sexta-feira, 22 de agosto de 2008

Língua Portuguesa

Essa não foi muito inspiração...foi mais imposição



Poema de Amor a Língua Portuguesa


Língua Portuguesa
Língua de gestação, de berço.
Língua das primeiras palavras, das lindas canções.
Língua das declarações de amor e das tristes separações.
Língua da oralidade, do dia-a -dia dos cariocas, gaúchos e baianos.
Língua dos motoristas, poetas e dos empresários paulistanos.
Língua dos telefonemas, scrabs, torpedos e e-mails.
Língua dos internautas, dos jornalistas e dos advogados.
Língua do “bom dia”, do “como vai”, do “por favor” e do “obrigado”.
Língua da nossa cultura: cinema, teatro música e televisão.
Língua da pós-modernidade, repleta de clichê e de jargão.
Língua rica em variantes lingüísticas do Oiapoque ao Chuí.
Língua do colonizador, dos imigrantes.
Língua dos indígenas e dos afros-descendentes.
Língua da “brava gente brasileira”.
Língua do nosso povo; de nosso chão.
Língua Portuguesa: és a língua de nossa pátria e de nossa nação.

Danielli. V. Cabral

segunda-feira, 18 de agosto de 2008

O morador do 401

E era uma vez....

Uma breve descrição do personagem:


O morador do 401 é alguém misterioso, que não gosta muito de se mostrar. Teme a novidade e as visitas constantes que recebe nem sempre lhe trazem alegria. Muitos apenas entram pra bagunçar ainda mais a sua morada.

Capítulo X - Um novo visitante


Agosto de 2008



Amanhece (e literalmente amanhece) e um novo cavalheiro aproxima-se do 401. Sua aparência, nada extravagante, chama atenção mais pela simplicidade que se locomove do que pelos trajes que veste. Vagarosamente mas tenaz, bate à porta da morada. Sua resposta é o eco. Nada, nada além do misterioso morador habitava naquela recôndita casa.
O morador escuta, vigia com curiosidade o homem parado na porta. Silencioso, finge não estar ali. Teme a nova visita. Um cobrador? Não. Definitivamente não. Não devia nada a ninguém. Não se recordava naquele momento uma circunstância para tal visita.
Começou a lembrar da última visita que recebera: Homem alto, estrangeiro, de coração ocupado e cheio de vícios. Ele bem que tentou entrar, mas o morador do 401 temia seus defeitos e logo logo o homem acabou por mostrar sua verdadeira face - oculta por baixo do capuz acinzentado de suas vestes. Não era homem de bem. Chegou com intenções obscuras e partiu rapidamente para a casa ao lado em busca de tesouros escondidos.Não custou a esquecer tal visita, afinal sua passagem por ali não tardou. E o morador do 401 estava muito ocupado para se preocupar com assaltantes.
A vida no campo exige muita dedicação e atenção e o nosso personagem é exigente consigo mesmo. Sabe que para tudo existe um tempo certo. Tempo para arar a terra, para retirar as ervas daninhas que com o tempo vão se acumulando pelo terreno, tempo para semear, para cuidar e para colher. Sabe também, que muitas vezes, o tempo não lhe é favorável para a colheita. Há tempestades que põem tudo abaixo e é preciso recomeçar do zero.
Pensava nessas coisas enquanto o novo visitante batia à porta. Nobre cavaleiro, de coração aparentemente puro, mas ainda ocupado. No rosto a juventude e no sorriso a alegria de viver. Batia com precisão matemática.
O morador, desconfiado do belo jovem, continuou em silêncio.
_ Não me parece confiável tal rapaz. O que o traz a essas horas em minha morada?
Pela fresta da janela observa a paciência do rapaz. Ele parece sentir a presença do morador do outro lado e por isso insiste em bater. É paciente e sabe, por outras pessoas, que o morador do 401 não gosta de se mostrar a qualquer um.
Mas o morador do 401 também tem paciência e sabe muito bem as conseqüências que pode sofrer com a nova presença. Ele teme o que não conhece e tira lições das experiências de outros.
O tempo vai passando e lá fora uma chuva ameaça a desabar. Inquieto com a demora do outro em abrir sua porta, foge para um abrigo nas redondezas.
O morador suspira aliviado a partida do possível ladrão.
_ Espero que essa tempestade demore a passar e que esse infeliz desista de sua excursão. Já estou cansado de tais arrombos e visitas inesperadas. Que parta definitivamente da minha casa!

sábado, 16 de agosto de 2008

Procuram-se heróis


O mundo precisa de heróis.

De heróis que salvam, de heróis que ajudam, de heróis que reconstruam.
Precisamos de heróis com experiência em solidariedade.
Heróis que estejam aptos a propagarem a fé e a esperança nos corações humanos.

Heróis que doem seu tempo e sua amizade;
que estendam a mão e que enxuguem as lágrimas.

Precisamos de heróis bons de ouvido;
que saibam ouvir um choro e acalantar um coração amargurado.
(Necessário - impreterivelmente - ter paciência)

Coragem, perseverança e amor ao próximo devem ser primordiais em seus currículos.
Precisamos de heróis que pratiquem:
reciclagem, coleta seletiva e campanha do agasalho.

Que sejam solidários uns com os outros e que pratiquem a cidadania.
O trabalho será árduo, cansativo e constante por isso, força de vontade e outras competências como: respeito, companheirismo, dedicação e atenção são fundamentais.
Habilidades em pregar a paz, dissipar o ódio e o preconceito entre as raças serão necessárias para se tornar um grande herói.

Será preciso ter espírito de doação.
Ser persistente - não desistir diante das grandes ameaças.

Seus vilões: violência, racismo, egoísmo, prepotência e inveja
Suas primeiras missões: acabar com a guerra, a miséria, a fome, o analfabetismo, o preconceito, a intolerância, o desmatamento , o aquecimento global e a poluição nas cidades e nos mares.

Atenção: Essa vaga é permanente! Não aceitamos demissões espontâneas!
Alguém se candidata?

Danielli/ Agosto de 2008

sábado, 19 de julho de 2008

Enquanto houver Sol

Enquanto houver sol
Sérgio Britto



Quando não houver saída
Quando não houver mais solução
Ainda há de haver saída
Nenhuma idéia vale uma vida
Quando não houver esperança
Quando não restar nem ilusão
Ainda há de haver esperança
Em cada um de nós, algo de uma criança
Enquanto houver sol, enquanto houver sol
Ainda haverá
Enquanto houver sol, enquanto houver sol
Quando não houver caminho
Mesmo sem amor, sem direção
A sós ninguém está sozinho
É caminhando que se faz o caminho
Quando não houver desejo
Quando não restar nem mesmo dor
Ainda há de haver desejo
Em cada um de nós, aonde Deus colocou
Enquanto houver sol, enquanto houver sol
Ainda haverá
Enquanto houver sol, enquanto houver sol

O último adeus

Diga-me o último adeus
e parta de uma vez por todas da minha vida.
Desista de querer ser meu amigo
e deixe-me viver sem a sua lembrança de tempos em tempos.
Jogue fora para sempre nossos momentos.
Abandone os pensamentos e as dúvidas
sobre o que poderia ser e não foi.
Não queira saber como estou;
eu sempre estarei bem.
Desejes sempre a minha felicidade
e eu estarei feliz.
Não me escrevas mais;
Não mande notícias suas...
Vou deletar o seu nome dos meus contatos,
assim como constantemente faço com o seu número.
Não se arrependa nunca do que você fez
( e também do que não tenha feito)
O destino não nos foi amigável
e não devemos perpetuar essa amizade.
Desfaça o nó que ainda nos prende
e deixe-me partir para sempre da sua vida
deixe-me viver sem as suas idas e vindas
Não voltes mais...não insista!
Diga-me por favor,
o último adeus.

Menininha

Danielli 19/07/2008

terça-feira, 15 de julho de 2008

Pássaros

AGAPÓRNIS - Agapornis roseicolis
Ver sobre os pássaros: www.fazendavisconde.com.br/images/rosefaceG.jpg



Eu conheço a imensidão do céu

Pássaro que sou

Mergulharei de vez.

Uma vez ou três.

Duzentos por hora, ou algo mais,

Na velocidade de encontrar você.

Te merecer.

Voar, sem ter onde chegar.

E de lá do céu

Formaremos dois em um só,

Fugirei da chuva,

Beijarei o sol.

Amanheceu

É hora de voar

Sigo meu instinto animal,

Cruzo mil fronteiras

Garimpando amor,Semeador.

De tanto voar achei você,

Multicolorido exatamente igual

Ao meu astral.

Melhor é voar a dois

E de lá do céu

Formaremos dois em um só,

Fugirei da chuva,

Beijarei o sol,

Amanheceu...

Eh hora de voar.


Claudia Leite





Sou o
frágil e pequeno pássaro;
a procurar pelo céu o meu ninho.
Anseio pelo pousar...
Uma sombra;
a beira de um riacho.
Lavar-me da poeira do tempo.
Danielli - 15/07/2008 (e eu não me esqueci deste dia...)

sábado, 12 de julho de 2008

Pra você eu digo sim






Se eu me apaixonar, vê se não vai debochar da minha confusão
Uma vez me apaixonei e não foi o que pensei
estou só desde então...
Se eu me entregar total, meu medo é você
pensar que eu sou superficial
Se eu não fizer amor assim sem mais
Se você brigar e for correndo atrás de alguém
Não vou suportar a dor de ver
que eu perdi mais uma vez meu amor uuhh...
Mas se eu sentir que nós estamos juntos
longe ou a sós no mundo e além
Pode crer que tudo bem, o amor só precisa de nós dois
mais ninguém... uuhh...
Se você quiser ser meu namoradinho
e me der o seu carinho sem ter fim
Pra você eu digo sim !! uuhh...



Rita Lee



Imagem retirada do site: http://www.tenhofome.com.br/img/img-index-mao.jpg




Palavras de Jean-Paul Sartre no livro Orfeu Negro:

O segredo do Negro é que as fontes de sua existência e as raízes do Ser são idênticas (...) uma poesia de agricultores se opõe a uma prosa de engenheiros.(...) Plantar é engravidar a terra; depois cumpre ficar imóvel, espiar: 'Cada átomo de silêncio é a possibilidade de um fruto maduro', cada instante traz cem vezes mais que o cultivador deu, ao passo que o operário só encontra no produto manufaturado aquilo que ele pôs; o homem cresce ao mesmo tempo que seus cereais; de minuto em minuto se ultrapassa e se doura;à espreita deste ventre frágil que se infla, intervém apenas para protegê-lo. O trigo maduro é um microcosmo porque, para crescer, necessitou o auxílio do sol, das chuvas e do vento; uma espiga é ao mesmo tempo a coisa mais natural e a probabilidade mais improvável(...) Lavrar, plantar, comer, é fazer o amor com a natureza...