domingo, 28 de junho de 2009

A palavra e o silêncio

Qual é a força da palavra?


A palavra:

Emociona;
Consola;
Acalma;
Cura;
Revela segredos;
Desfaz enganos;
Apresenta pessoas;
Conquista.

A palavra:

Fere;
Faz chorar;
machuca a alma;
destrói;
Mata.

Mas a palavra...

Ainda é melhor do que o silêncio!
Porque a palavra mata e o silêncio não.
Há precisão nas palavras e um vazio no silêncio - uma dubiedade inconstante.
A palavra finaliza; o silêncio perpetua a dor.
A palavra fere o que com o tempo se esvai.
O silêncio apregoa a dúvida - a dor e a ferida permanecem.

Antes a palavra dita do que a dúvida do silêncio.
Antes ouvir do que silenciar...


Publicado na revista: Ponto de Encontro - edição da Drogaria São Paulo

http://www.drogariasaopaulo.com.br/pontodeencontro/pontodeencontro_edicao22.pdf

Danielli
28/06/2009

Imagem interna


Se eu pudesse traduzir em uma imagem o atual estado do meu coração, eu escolheria essa de Edvard Munch denominada: O Grito.
O que essa tela demonstra? Pânico? Pavor? Medo?Frustração?
Qual a simbologia das linhas escuras?
Do rosto desfigurado? Da sua atitude de fechar os ouvidos...
A rua...O colorido bem no fundo...Pessoas a uma distância... A estrada a percorrer...
Meu coração grita!


sexta-feira, 12 de junho de 2009

Música para inspirar...

Amigo Apaixonado
Victor e Leo


Pensando bem
Eu gosto mesmo de você
Pensando bem quero dizer
Que amo ter te conhecido
Nada melhor que eu deixar você saber
Pois é tão triste esconder um sentimento tão bonito
Hoje mesmo vou te procurar
Falar de mim
Sei que nem chegou a imaginar
Que eu pudesse te amar tanto assim
Sempre fui um grande amigo seu
Só que não sei mais se assim vai ser
Sempre te contei segredos
apaixonado por você
Esse amor entrou no coração
Agora diz o que é que a gente faz
Pode dizer sim ou dizer não
Ser só seu amigo não dá mais.

quarta-feira, 10 de junho de 2009

Oração 3

Senhor

Dê-me forças para esquecer a mágoa.
Dê-me forças para perdoar quem me feriu.
Dê-me forças para tirá-lo do meu coração.

Ajude-me senhor a entender...
Ajude-me senhor a aceitar a ausência.
E ajude-me a confiar em vós.

Que eu entenda o seu tempo.
Que eu veja com vossos olhos.
E que eu fale com vossos lábios.

Danielli. V. Cabral

O tempo e o amor ( Pe. Antonio Vieira)

Primeiro Remédio

O Tempo

Tudo cura o tempo, tudo faz esquecer, tudo gasta, tudo digere, tudo acaba. Atreve-se o tempo a colunas de mármore, quanto mais a corações de cera! São as afeições como as vidas, que não há mais certo sinal de haverem de durar pouco, que terem durado muito. São como as linhas que partem do centro para a circunferência, que, quanto mais continuadas, tanto menos unidas. Por isso os antigos sabiamente pintaram o amor menino, porque não há amor tão robusto, que chegue a ser velho. De todos os instrumentos com que o armou a natureza o desarma o tempo. Afrouxa-lhe o arco, com que já não tira, embota-lhe as setas, com que já não fere, abre-lhe os olhos, com que vê o que não via, e faz-lhe crescer as asas, com que voa e foge. A razão natural de toda esta diferença, é porque o tempo tira a novidade às coisas, descobre-lhes os defeitos, enfastia-lhes o gosto, e basta que sejam usadas para não serem as mesmas. Gasta-se o ferro com o uso, quanto mais o amor? O mesmo amar é causa de não amar, e o ter amado muito, de amar menos.
Segundo Remédio
Ausência

Muitas enfermidades se curam só com a mudança do ar; o amor com a da terra. E o amor como a lua que, em havendo terra em meio, dai-o por eclipsado. E que terra há que não seja a terra do esquecimento, se vos passastes a outra terra? Se os mortos são tão esquecidos, havendo tão pouca terra entre eles e os vivos, que podem esperar, e que se pode esperar dos ausentes? Se quatro palmos de terra causam tais efeitos, tantas léguas que farão? Em os longes, passando de tiro de seta, não chegam lá as forças do amor. Os filósofos definiram a morte pela ausência: Mors est absentia animae a corpore. Despediram-se com grandes demonstrações de afeto os que muito se amavam, apartaram-se enfim, e, se tomardes logo o pulso ao mais enternecido, achareis que palpitam no coração as saudades, que rebentam nos olhos as lágrimas, e que saem da boca alguns suspiros, que são as últimas respirações do amor. Mas, se tomardes depois destes ofícios de corpo presente, que achareis? Os olhos enxutos, a boca muda, o coração sossegado: tudo esquecimento, tudo frieza. Fez a ausência seu ofício, como a morte: apartou, e depois de apartar, esfriou.

Terceiro Remédio
Ingratidão

Assim como os remédios mais eficazes são ordinariamente os mais violentos, assim a ingratidão é o remédio mais sensitivo do amor, e juntamente o mais efetivo. A virtude que lhe dá tamanha eficácia, se eu bem o considero, é ter este remédio da sua parte a razão. Diminuir o amor o tempo, esfriar o amor a ausência, é sem-razão de que todos se queixam; mas que a ingratidão mude o amor e o converta em aborrecimento, a mesma razão o aprova, o persuade, e parece que o manda. Que sentença mais justa que privar do amor a um ingrato? O tempo é natureza, a ausência pode ser força, a ingratidão sempre é delito. Se ponderarmos os efeitos de cada um destes contrários, acharemos que a ingratidão é o mais forte. O tempo tira ao amor a novidade, a ausência tira-lhe a comunicação, a ingratidão tira-lhe o motivo.
Finalmente o tempo e a ausência combatem o amor pela memória, a ingratidão pelo entendimento e pela vontade. E ferido o amor no cérebro, e ferido no coração, como pode viver? O exemplo que temos para justificar esta razão ainda é maior que os passados.

Quarto Remédio
O melhorar de objeto

Dizem que um amor com outro se paga, e mais certo é que um amor com outro se apaga. Assim como dois contrários em grau intenso não podem estar juntos em um sujeito, assim no mesmo coração não podem caber dois amores, porque o amor que não é intenso não é amor. Ora, grande coisa deve de ser o amor, pois, sendo assim, que não bastam a encher um coração mil mundos, não cabem em um coração dois amores. Daqui vem que, se acaso se encontram e pleiteiam sobre o lugar, sempre fica a vitória pelo melhor objeto. É o amor entre os afetos como a luz entre as qualidades. Comumente se diz que o maior contrário da luz são as trevas, e não é assim. O maior contrário de uma luz é outra luz maior. As estrelas no meio das trevas luzem e resplandecem mais, mas em aparecendo o sol, que é luz maior, desaparecem as estrelas. Em aparecendo o maior e melhor objeto, logo se desamou o menor.

Amor Sem Remédio

Se quando se rendem ao mesmo amor todos os contrários, será justo que lhe resistam os seus, e se na hora em que morre de amor sem remédio o mesmo amante, será bem que lhe faltem os corações daqueles por quem morre? Amemos a quem tanto nos amou, e não haja contrário tão poderoso que nos vença, para que não perseveremos em seu amor.