sábado, 19 de julho de 2008

Enquanto houver Sol

Enquanto houver sol
Sérgio Britto



Quando não houver saída
Quando não houver mais solução
Ainda há de haver saída
Nenhuma idéia vale uma vida
Quando não houver esperança
Quando não restar nem ilusão
Ainda há de haver esperança
Em cada um de nós, algo de uma criança
Enquanto houver sol, enquanto houver sol
Ainda haverá
Enquanto houver sol, enquanto houver sol
Quando não houver caminho
Mesmo sem amor, sem direção
A sós ninguém está sozinho
É caminhando que se faz o caminho
Quando não houver desejo
Quando não restar nem mesmo dor
Ainda há de haver desejo
Em cada um de nós, aonde Deus colocou
Enquanto houver sol, enquanto houver sol
Ainda haverá
Enquanto houver sol, enquanto houver sol

O último adeus

Diga-me o último adeus
e parta de uma vez por todas da minha vida.
Desista de querer ser meu amigo
e deixe-me viver sem a sua lembrança de tempos em tempos.
Jogue fora para sempre nossos momentos.
Abandone os pensamentos e as dúvidas
sobre o que poderia ser e não foi.
Não queira saber como estou;
eu sempre estarei bem.
Desejes sempre a minha felicidade
e eu estarei feliz.
Não me escrevas mais;
Não mande notícias suas...
Vou deletar o seu nome dos meus contatos,
assim como constantemente faço com o seu número.
Não se arrependa nunca do que você fez
( e também do que não tenha feito)
O destino não nos foi amigável
e não devemos perpetuar essa amizade.
Desfaça o nó que ainda nos prende
e deixe-me partir para sempre da sua vida
deixe-me viver sem as suas idas e vindas
Não voltes mais...não insista!
Diga-me por favor,
o último adeus.

Menininha

Danielli 19/07/2008

terça-feira, 15 de julho de 2008

Pássaros

AGAPÓRNIS - Agapornis roseicolis
Ver sobre os pássaros: www.fazendavisconde.com.br/images/rosefaceG.jpg



Eu conheço a imensidão do céu

Pássaro que sou

Mergulharei de vez.

Uma vez ou três.

Duzentos por hora, ou algo mais,

Na velocidade de encontrar você.

Te merecer.

Voar, sem ter onde chegar.

E de lá do céu

Formaremos dois em um só,

Fugirei da chuva,

Beijarei o sol.

Amanheceu

É hora de voar

Sigo meu instinto animal,

Cruzo mil fronteiras

Garimpando amor,Semeador.

De tanto voar achei você,

Multicolorido exatamente igual

Ao meu astral.

Melhor é voar a dois

E de lá do céu

Formaremos dois em um só,

Fugirei da chuva,

Beijarei o sol,

Amanheceu...

Eh hora de voar.


Claudia Leite





Sou o
frágil e pequeno pássaro;
a procurar pelo céu o meu ninho.
Anseio pelo pousar...
Uma sombra;
a beira de um riacho.
Lavar-me da poeira do tempo.
Danielli - 15/07/2008 (e eu não me esqueci deste dia...)

sábado, 12 de julho de 2008

Pra você eu digo sim






Se eu me apaixonar, vê se não vai debochar da minha confusão
Uma vez me apaixonei e não foi o que pensei
estou só desde então...
Se eu me entregar total, meu medo é você
pensar que eu sou superficial
Se eu não fizer amor assim sem mais
Se você brigar e for correndo atrás de alguém
Não vou suportar a dor de ver
que eu perdi mais uma vez meu amor uuhh...
Mas se eu sentir que nós estamos juntos
longe ou a sós no mundo e além
Pode crer que tudo bem, o amor só precisa de nós dois
mais ninguém... uuhh...
Se você quiser ser meu namoradinho
e me der o seu carinho sem ter fim
Pra você eu digo sim !! uuhh...



Rita Lee



Imagem retirada do site: http://www.tenhofome.com.br/img/img-index-mao.jpg




Palavras de Jean-Paul Sartre no livro Orfeu Negro:

O segredo do Negro é que as fontes de sua existência e as raízes do Ser são idênticas (...) uma poesia de agricultores se opõe a uma prosa de engenheiros.(...) Plantar é engravidar a terra; depois cumpre ficar imóvel, espiar: 'Cada átomo de silêncio é a possibilidade de um fruto maduro', cada instante traz cem vezes mais que o cultivador deu, ao passo que o operário só encontra no produto manufaturado aquilo que ele pôs; o homem cresce ao mesmo tempo que seus cereais; de minuto em minuto se ultrapassa e se doura;à espreita deste ventre frágil que se infla, intervém apenas para protegê-lo. O trigo maduro é um microcosmo porque, para crescer, necessitou o auxílio do sol, das chuvas e do vento; uma espiga é ao mesmo tempo a coisa mais natural e a probabilidade mais improvável(...) Lavrar, plantar, comer, é fazer o amor com a natureza...

Um tempo para a pesquisa

Nestes últimos dias encontro-me abosorta em meus estudos sobre a colonização Portuguesa em Guiné- Bissau; seu processo de aculturação e sua literatura revolucionária.
Queria que meu dia tivesse 48 horas pra poder me dedicar mais aos meus escritos. Mas já que não tenho esse poder, compartilharei minhas descobertas sobre esse país que tem o Brasil como irmão mais velho e um exemplo de libertação e independência social, econômica e acima de tudo, cultural do colonizador português.

A Guiné Bissau é uma terra onde " a pureza da vida adia os problemas da pobreza" ( Cremilda de Araújo Medina) Uma terra que luta pela vida e por condições mais dignas de sobrevivência.

Considerada uma das nações mais deficientes e menos desenvolvidas do mundo, além de estar entre os 20 países mais pobres do globo, a Guiné Bissau ainda sofre com seu passado recente de independência. Guerras, conflitos internos e grandes dificuldades sociais e econômicas marcam os 34 anos de liberdade da ex metrópole Portugal.

A literatura neste país não poderia ser diferente; os pobres, negros, marginalizados e excluídos da sociedade ganham a cena nos romances de ficção de Abdulai Sila, Kikia Matcho e Filinto de Barros cujos temas giram em torno da desilusão daqueles que deveriam ser os novos tempos.