domingo, 27 de setembro de 2009

Você acredita em inveja?


Publicado na Revista Istoé Ed. 2064 04/Jun. 2009


Certa vez, um homem, extremamente invejoso de seu vizinho, recebeu a visita de uma fada, que lhe ofereceu a chance de realizar um desejo. “Você pode pedir o que quiser, desde que seu vizinho receba o mesmo e em dobro”, sentenciou. O invejoso respondeu, então, que queria que ela lhe arrancasse um olho. Moral da história: o prazer de ver o outro se prejudicar prevaleceu sobre qualquer vontade. É por meio dessa fábula que a psicanalista austríaca Melanie Klein (1882-1960) definiu na obra “Inveja e Gratidão”, um dos principais estudos já feitos sobre o tema, o comportamento de quem vive intensamente esse sentimento.

Ao mesmo tempo que o ciúme é querer manter o que se tem e a cobiça é desejar aquilo que não lhe pertence, a inveja é não querer que o outro tenha. O mais renegado dos sete pecados capitais é uma emoção inerente à condição humana, por mais difícil que seja confessá-la. Afinal, todo mundo, em algum momento da vida, já sentiu vontade de ser como alguém. Há até um lugar no cérebro reservado para a inveja. Pela primeira vez, uma pesquisa científica mostra onde ela e o shadenfreude - palavra alemã que dá nome ao sentimento de prazer que o invejoso experimenta ao presenciar o infortúnio do invejado - são processados na mente humana.
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Infelizmente ela existe e pode estar bem mais próximo de nós do que imaginamos. Um colega de trabalho; um suposto amigo; um familiar. Eu não acreditava, não aceitava que alguém tão próximo, que me aconselhava, que ria e se divertia comigo todos os dias pudesse sentir isso por mim. Uma traição à amizade. Culpado ou não? Não sei, mas amizade não se trai.
Danielli


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