quinta-feira, 18 de setembro de 2008

As tecnologias no dia-a-dia do ser humano







Imagem 3: A tecnologia na indústria cosmética
O que seria das mulheres sem a indústria cosmética? Batom, base,cremes, perfumes e etc.
Foto: Danielli. V. Cabral

Imagem 2: A tecnologia da Informação
Na era da globalização, a informação é como uma pedra preciosa a ser dilapidada. É preciso trabalhar como o ourives - tornando-a uma jóia.
Foto: Danielli. V. Cabral

Imagem 1: A tecnologia nos transportes públicos
Avanços Tecnológicos em favor da sociedade.
Foto: Danielli. V. Cabral

domingo, 7 de setembro de 2008

O ser humano e suas tecnologias

Imagem retirada do blog:maggieincognita.blogspot.com


Quando pensamos em tecnologias, pensamos automaticamente em computadores, câmeras fotográficas, i-pods, Mps5, pen-drives, dvds, tvs de tela plana e tantos outros equipamentos eletrônicos que a sociedade pós-moderna nos oferece. Mas tecnologia é um termo muito mais amplo e antigo.


Limitá-la aos equipamentos da atualidade é esquecer os milhares de equipamentos que o homem criou para sua praticidade.


Quem pensaria hoje que um simples e já defasado palito de fósforo seria um exemplo de tecnologia? Provavelmente a maioria dos jovens nem sequer cogitariam essa hipótese. Mas na idade da pedra lascada o homem daria tudo por um deles!


" Foi um alquimista de Hamburgo, Alemanha, chamado Henning Brandt, quem descobriu acidentalmente, em 1669, o elemento químico batizado de fósforo (do grego phos, luz, mais phoros, transportador), ao tentar obter ouro a partir de urina. A descoberta chegou ao conhecimento do físico inglês Robert Boyle (1627-1691), que criou, 11 anos mais tarde, uma folha de papel áspero com a presença de fósforo, acompanhada de uma varinha com enxofre (elemento que se incendeia com facilidade) em uma das pontas. O calor causado pela fricção do palito com a superfície áspera fazia o fósforo liberar faíscas, incendiando o enxofre. O invento, no entanto, ainda era uma curiosidade muito cara. Foi apenas um século depois, em 1826, que os palitos de fósforo, então com 8 centímetros de comprimento, começaram a se popularizar. O inconveniente era que eles costumavam incendiar-se sozinhos dentro da embalagem. Esse problema seria resolvido somente em 1855 com o surgimento do "fósforo de segurança", recoberto com um agente isolante para não pegar fogo à toa. No Brasil, o produto só passou a ser fabricado no início do século XX, pela Fiat Lux."
E os sapatos? Alguém já pensou andar o dia todo com os pés descalços?

"O homem das cavernas já protegia os pés amarrando um pedaço de pele de animal, mas o registro do primeiro calçado de que se tem notícia data de 2000 a 3000 AC no antigo Egito. Segundo a história, tratava-se de uma sandália, com uma base, que seria o solado, e uma alça presa dos lados passando sobre o peito do pé. Os primeiros sapatos surgiram na Mesopotâmia, feitos e usados por montanheses e o material usado era o couro cru. Já na Grécia, os atores de teatro usavam coturnos posteriormente copiados pelos romanos que passaram a usá-los no dia a dia. Aliás, foram os romanos que primeiro moldaram a parte superior frontal do calçado e fizeram formas diferentes para os pés direito e esquerdo, reinventadas pelos ingleses em 1818. Na Idade Média os tamancos eram o calçado de pessoas pobres e dos camponeses e os sapatos dos mais abastados tinham fivelas e cadarços. Quem inventou a medida para determinar o número do calçado e que é adotada até hoje foi Eduardo I, ao decretar que 1 polegada equivaleria a 3 grãos."

A tecnologia hoje está diretamente relacionada com a mídia e as formas de nos relacionarmos com o mundo. Tvs, telefones e computadores, além de todos acessórios eletrônicos. As pessoas estão conversando mais por telefone e e-mail do que por carta ou pessoalmente. É mais fácil acessar o jornal on line ou uma biblioteca virtual do que adquirir o exemplar impresso de um jornal ou livro. É mais econômico(temporalmente) e rápido acessar a conta bancária, comprar mercadorias e pagar contas via internet do que se locomover a uma agência bancária ou uma loja.

Estamos na era da globalização. Em menos de um minuto estamos conectados a qualquer lugar do globo. Bancos, lojas, empresas, escolas, universidades, agências de viagem, hospitais, igrejas, orgãos municipais, estaduais , federais, mundiais...

Navegamos no mundo da ciberexistência. E quem não ciberexiste hoje corre o risco de se tornar obsoleto, atrasado e antiquado.

Ter um e-mail hoje tornou-se item obrigatório nos currículos profissionais; tanto quanto ter um telefone celular. Na era da globalização, estar conectado ao mundo moderno significa mais do que estar " na moda", mas acima de tudo mostra sua disponibilidade e acessibilidade para a empresa que quer contratar.

A tecnologia tornou-se, de certa forma, uma extensão de nossas vidas; um mecanismo imprescindível para nosso sucesso enquanto profissionais e seres humanos. Não nos imaginamos mais sem geladeira, micro-ondas, televisão, automóveis e tantas outras tecnologias que nos proporcionam bem estar e conforto.

Estamos aos poucos nos tornando dependentes da tecnologia. Tecnologia na informação, tecnologia empresarial, tecnologia farmacêutica, tecnologia educacional, tecnologia midiática e etc.
Estamos vivendo uma verdadeira febre tecnológica. Até que ponto vai a mente humana?
Danielli Viana Cabral
Referências:

Irene não, Maria




Detesto imposição! Sou avessa a criações obrigatórias. A criação não deve ser manipulada, tendenciada. Ela deve ser espontânea, livre de qualquer grilhão. Limitar a criatividade é podar as asas da imaginação.

Danielli V. Cabral

Parafraseando Irene de Manuel Bandeira:
Foto: Danielli V. Cabral
Maria Raimunda

Irene não, Maria


Gosto de pensar que Irene é Maria.
Porque Maria é preta como Irene.
Gosto de pensar que há mais Marias que Irenes nesse mundo.
Maria do Socorro, Maria Aparecida, Maria Auxiliadora,
Maria Eugênia, Maria Alice, Maria Rita, Maria Madalena,
Maria da Glória, Maria das Dores, Maria das Graças.
Maria da Conceição, Maria dos Remédios...

São tantas Marias...
Muito mais que Irenes!

De tantas etnias, lugares e sobrenomes.
Branca, amarela, parda ou negra.
São tantas Marias...

A Irene de Manuel não é como a Maria da minha casa.
A dele precisa pedir licença pra entrar.
A minha, me dá beijo de bom dia todos os sábados,
e tem a chave da minha casa.

A Irene de Manuel não é como a minha Maria.
Minha Maria senta-se comigo para dizer como vão seus dias.
E dá risada das minhas piadas e caretas sem graça.

Minha Maria tem paciência de me ouvir falar dos alunos,
E me dá razão toda vez que reclamo da minha profissão.

A minha Maria é Raimunda.
Maria Raimunda.

Maria não é empregada, doméstica, diarista ou faxineira
Maria é a secretária do meu lar.


Danielli V. Cabral

sexta-feira, 5 de setembro de 2008

O morador do 401

Capítulo XI - A solidão

Setembro de 2008

Com a chegada da tempestade, o morador do 401 voltou a sonhar. A solidão física de um outrem deixa-o absorto em devaneios. O tempo corre lento e pesadamente. Os dias são longos e cheios de reflexões.

Dizem que depois da tempestade vem sempre a bonança, mas nem sempre isso acontece no 401. Algumas vezes é preferível a tempestade à calmaria posterior. Na tempestade nosso corpo produz a adrenalina , responsável pelos momentos de medo, ansiedade, estresse, paixão e excitação. Isso nos mantém acordados, preocupados com o que virá depois. Na mansidão dos dias claros nossa mente pode nos trair; e nos tornamos capazes de chorar por qualquer situação. A sensiblidade aflora, as lágrimas vertem.

Nem todos porém, possuem essa sensibilidade exagerada. Há aqueles que diante do silêncio são capazes de se machucarem. Suicidam-se aos poucos. Fazem do copo de vodka e do maço de cigarros seus companheiros nas horas de solidão.

O morador do 401 conhece muito bem as armadilhas que o silêncio lhe traz. É perito em descobrir alternativas para não adoecer. Sabe que as doenças do novo século estão a rondar a sua mente. Canaliza seu tempo a buscar saídas para a triste sina de seu fado.

A leitura lhe agrada. Gosta de viajar literalmente por mundos imaginários e sonhar a vida em um mundo não real, longe dos penosos pesadelos que o afligem diariamente. Procura ocupar sua mente arquitetando projetos que muitas vezes não realizará, mas que demandam tempo e planejamento.

Trabalho é seu sobrenome. Passa os dias elaborando novas formas de se aperfeiçoar. Nem sempre é valorizado por isso e muitos o invejam por tanta dedicação. Mal sabem eles que trabalhar para ele não é sempre prazeroso, apenas lhe ocupa o vazio das horas.
continuarei...

segunda-feira, 1 de setembro de 2008

Que sociedade é mais justa, aquela que valoriza as boas intenções e o esforço ou aquela que valoriza os resultados?

No primeiro ano de faculdade aprendi um truque que muito me auxiliou na hora de obter notas melhores.
Descobri que, numa prova na qual cai um tema que você não estudou, que o pegou de surpresa, sobre um assunto de que você não sabe absolutamente nada, o melhor é não entregá-la em branco, que seria a coisa mais lógica e correta a fazer.
Nessas horas, escreva sempre alguma coisa, preencha o papel com abobrinhas, pois, quanto maior o número de páginas, melhor.
Isso porque existem dois tipos de professor no Brasil:um deles é formado pelos que corrigem de acordo com o que é certo e errado. São geralmente professores de engenharia, produção, direito, matemática, recursos humanos e administração.
Escrever que dois mais dois podem ser três ou doze, dependendo "da interpretação lógica do seu contexto histórico desconstruído das forças inerentes", não comove esse tipo de professor. Ele dá nota dependendo do resultado, e fim de papo. Mas, para a minha alegria, e agora também para a sua, existe outro tipo de professor, mais humano e mais socialmente engajado, que dá nota segundo o critério de esforço despendido pelo aluno e não apenas pelo resultado. Se você escreveu dez páginas e disse coisas interessantes, mesmo que não pertinentes ao tema, ficou as duas horas da prova até o fim, mostrou esforço, ganhará uns pontinhos, digamos uma nota 3 ou até um 3,5. O que pode ser a sua salvação. Na próxima prova você só precisará tirar um 6,5 para compensar, e não uma impossível nota 10. Se você estudar um mínimo e usar esse truque, vai tirar um 5.
Uma vez formados, os alunos desse tipo de professor são muito fáceis de identificar. Seus textos são permeados de abobrinhas e mais abobrinhas, cheios de platitudes e chavões. Defendem que a renda deve ser distribuída pelo esforço, e não pelo resultado, e que toda criança que compete deve ganhar uma medalha. Defendem que todo professor de universidade deve ganhar o mesmo salário, independentemente da qualidade das aulas, e que a solução para a educação é mais e mais verbas do governo, sem nenhuma avaliação de desempenho.
Esses dois tipos de professor obviamente não se bicam. É a famosa briga da turma da filosofia contra a turma da engenharia. São as duas grandes visões políticas do mundo, é a diferença entre administração pública e privada. O que é mais justo, remunerar pelo esforço de cada um ou pelos resultados alcançados?
O que é mais correto, remunerar pela obediência e cumprimento de horário ou pelas realizações efetivas com que cada um contribuiu para a sociedade?
Como o Brasil ainda não resolveu essa questão, não podemos discutir o próximo passo, que são as injustiças da opção feita. É justo só remunerar pelo resultado? É justo remunerar somente pelo esforço? Podemos até escolher um meio-termo, mas qual será a ênfase que daremos na educação dos nossos filhos e na avaliação de nossos trabalhadores? Ao esforço ou ao resultado? Quem tentou ser útil à sociedade mas fracassou teria direito a uma "renda mínima"? É justo dar 3,5 àqueles cujo esforço foi justamente enganar seus professores e o "sistema"? Não seria justo dar-lhes um sonoro zero?
Precisamos optar por uma sociedade justa ou por uma sociedade eficiente, ou podemos ter ambas?
Como aluno, eu tive de me esforçar muito mais para as provas daqueles professores carrascos, que avaliavam resultados, do que para as provas dos professores mais bonzinhos. Quero agradecer publicamente aos professores "carrascos" pela postura ética que adotaram, apesar das nossas amargas críticas na época.
Agora entendo por que tantos de nossos cientistas e professores pertencem à Academia de Letras, por que somos o último país do mundo em termos de patentes, por que tantos brasileiros recebem sem contribuir absolutamente nada para a sociedade e por que nossos políticos falam e falam e não realizam nada.
Que sociedade é mais justa, aquela que valoriza as boas intenções e o esforço ou aquela que valoriza os resultados?


Stephen Kanitz